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Tecnicamente, as luzes negras emitem radiação ultravioleta (UV), especificamente na Faixa de UV-Aque abrange comprimentos de onda entre 315 e 400 nanômetros (nm). Esse tipo de luz está um pouco além do espectro visível que os olhos humanos podem detectar, o que significa que é invisível para nós em circunstâncias normais. Entretanto, as luzes negras emitem luz violeta visível suficiente para criar o "brilho roxo" característico.

Aqui está uma análise mais detalhada:

  1. Tipos de luz UV
  • UV-A (320-400 nm): A luz UV de onda longa é a forma menos prejudicial de radiação UV e o tipo mais comumente usado em luzes negras. Ela é responsável por causar fluorescência em determinados materiais.
  • UV-B (280-320 nm): Conhecido por seus efeitos mais nocivos, como queimaduras solares, esse tipo não é normalmente usado em luzes negras, mas pode danificar os materiais.
  • UV-C (100-280 nm): Altamente energética e germicida, a luz UV-C não está presente nas luzes negras e é normalmente empregada em processos de esterilização.
  1. Mecanismo de fluorescência

A fluorescência ocorre quando determinados pigmentos ou substâncias absorvem a luz UV e a reemitem como luz visível. Isso ocorre devido a um processo em que os fótons UV excitam os elétrons nos materiais fluorescentes. Esses elétrons saltam para um estado de energia mais alto e liberam energia na forma de luz visível ao retornarem ao seu nível de energia médio.

  • Absorção e emissão de fótons: Em termos técnicos, os fótons de UV têm mais energia do que os fótons de luz visível. Quando esses fótons são absorvidos por materiais fluorescentes (como pigmentos fluorescentes em tintas), eles fazem com que os elétrons do material saltem para um nível de energia mais alto. À medida que os elétrons retornam ao seu estado original, o excesso de energia é liberado como luz visível.
  • Turno de Stokes: Essa é a diferença de energia entre a luz UV absorvida e a luz visível emitida. A luz emitida tem um comprimento de onda maior (menos energia) do que a luz UV absorvida devido à perda de energia durante o retorno do elétron ao seu estado fundamental.
  1. Construção de luz negra

As luzes negras são normalmente fabricadas com lâmpadas fluorescentes especializadas ou diodos de LED que filtram a maior parte da luz visível, deixando passar principalmente a luz UV-A:

  • Lâmpadas fluorescentes de luz negra: São semelhantes às lâmpadas fluorescentes comuns, mas usam um revestimento de fósforo que emite principalmente luz UV-A. Os tubos geralmente são revestidos com um filtro (vidro de Wood), que bloqueia a maior parte da luz visível e permite a passagem de UV-A.
  • Luzes negras de LED: As luzes negras modernas geralmente usam LEDs que emitem UV-A. Esses LEDs são mais eficientes em termos de energia, produzem menos calor e têm uma saída mais focalizada do que as lâmpadas fluorescentes. Eles estão disponíveis em vários comprimentos de onda, mas os usados para luzes negras geralmente emitem cerca de 365-395 nm.
  1. Efeito em tintas acrílicas

Quando luzes negras iluminam pinturas feitas com pigmentos fluorescentes, a energia da luz UV faz com que certos pigmentos fiquem fluorescentes e se tornem visíveis. A intensidade desse efeito depende dos pigmentos específicos usados na pintura.

  • Pigmentos fluorescentes: Contêm compostos como sulfeto de zinco ou sulfeto de cádmioque são altamente sensíveis à luz UV. Sob luz negra, esses pigmentos emitem luz no espectro visível, criando um efeito de brilho.
  • Tintas acrílicas não fluorescentes: Não fluorescem sob luz UV, pois sua estrutura química não absorve e reemite radiação UV. No entanto, a luz UV ainda pode revelar pequenas imperfeições na pintura ou no verniz, como sub-pintura, reparos ou retoques feitos com materiais fluorescentes.
  1. Degradação de tintas e materiais sob luz UV

A luz UV, mesmo a UV-A, pode causar danos de longo prazo a pinturas e materiais:

  • Desbotamento: A luz UV pode fazer com que certos pigmentos, especialmente os orgânicos, desbotem com o tempo. Em pinturas acrílicas, a exposição à luz UV pode resultar na quebra de certos corantes, levando à perda da intensidade da cor.
  • Degradação do material: A exposição prolongada à luz UV pode degradar outros materiais usados em pinturas, como vernizes, aglutinantes e telas. Em particular, as fibras naturais das telas podem se enfraquecer e se tornar quebradiças com o tempo quando expostas à radiação UV.

Medidas preventivas Muitas vezes, incluem o uso de vidro ou acrílico com filtro UV nas molduras e a garantia de que as pinturas sejam exibidas em ambientes onde a exposição à luz UV seja controlada.

  1. Aplicações em conservação de arte

A luz UV é comumente usada em conservação de arte para revelar aspectos de uma pintura que não são visíveis sob luz comum:

  • Identificação de restaurações: A luz UV pode revelar áreas que foram retocadas ou restauradas. Diferentes materiais apresentam fluorescência diferente, possibilitando a detecção de adições ou reparos posteriores que, de outra forma, se misturariam à pintura sob luz normal.
  • Detectando a pintura de fundo: Muitos artistas fazem esboços sob suas pinturas finais. Algumas dessas camadas inferiores podem se tornar fluorescentes sob luz UV, fornecendo informações sobre o processo do artista.
  • Verificação de autenticidade: A luz UV também pode ser usada para autenticar pinturas. As obras originais podem conter pigmentos ou vernizes que respondem de maneiras específicas à luz UV, enquanto as falsificações podem não reproduzir esses efeitos exatos.
  1. Condições de iluminação e expressão artística

A interação da luz negra com acrílicos fluorescentes abre possibilidades criativas:

  • Efeitos em camadas: Os artistas podem criar pinturas com efeitos duplos, um sob luz normal e outro sob luz negra. Ao usar seletivamente pigmentos fluorescentes, o artista pode controlar quais partes da pintura "ganham vida" sob a luz UV.
  • Humor e atmosfera: A luz negra pode evocar uma atmosfera misteriosa e de outro mundo. Em instalações ou exposições, as luzes negras são frequentemente usadas para criar uma experiência imersiva em que a obra de arte muda de acordo com a iluminação.
  • Uso potencial do Poidomani: Para um artista como Humberto Poidomani, cujo trabalho aborda temas ideológicos complexos, a luz negra poderia servir como uma ferramenta para enfatizar os elementos ocultos ou surreais de suas narrativas. O foco na fragmentação social e a visão crítica da modernidade poderiam ser explorados ainda mais por meio da manipulação da luz para revelar ou obscurecer partes de suas obras, criando uma metáfora visual para verdades ocultas ou realidade fragmentada.

Conclusão

Do ponto de vista técnico, a luz negra e a luz UV oferecem possibilidades exclusivas de criação e exibição de arte, principalmente quando combinadas com tintas acrílicas e outros materiais reativos a UV. A fluorescência sob a luz UV resulta de uma interação precisa de absorção e emissão de fótons e, embora o efeito possa ser visualmente impressionante, também exige uma consideração cuidadosa em relação à preservação de obras de arte a longo prazo. Para artistas como Poidomani, o uso da luz negra pode aprimorar a profundidade estética e ideológica de suas obras, acrescentando novas dimensões de significado e envolvimento para o espectador.

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